para Jorge Furtado
Dizem que Berlim é na Alemanha e eu até meio que acredito que isto seja verdade, mas nunca fui lá pra conferir. Antes a Alemanha se dividia em duas, oriental e ocidental. Nesta época lá moravam os Kraftwerk, a Christiane F., o Detlef R. e o David Bowie, que não é necessariamente alemão, mas gosta muito do país e dos Kraftwerk. Nem sei porque comecei a falar disto, já que o que eu ia mesmo dizer é que adoro cinema alemão mesmo tendo visto pouquíssimos filmes. Gosto pdo cinema alemão pela praticidade, a frieza e a fata de calor humano com que eles enfrentam a vida, ou seja, as cenas. Não que eu acredite que eles sejam exatamente daquela forma que aparecem na tela. Mas a arte não seria uma tentativa de imitar a vida? Ou seria o contrário? Sei lá, eu nunca acerto. Também gosto muito do Bowie e dos Kraftwerk e de um montão de outras bandas. Também adoro o glamour decadente dos junkies.
Acho triste o vício em drogas pesadas mas acho que junkies são tão sinceros quanto a admitirem serem representantes legítimos da raça humana: egoístas, mesquinhos e inconsequentes. Até já escrevi um texto chamado O Exílio tendo o Detlef como imagem. Texto esse que distribuirei para os bons e para os maus que me encontrarem no Indie deste ano. O Indie é uma mostra de cinema mundial que passa filmes do mundo inteiro, inclusive da Alemanha. Inclusive numa das edições anteriores passou um filme alemão superbacana que eu queria ter visto e não vi porque não deu, a fila tava grande... Chamava-se Berlim é na Alemanha e eu achei esse título o máximo, tanto que fiquei querendo ver antes mesmo de ler a sinopse, porque este título é uma coisa tão óbvia que chega a ser bem humorado. E eu achei o título tão bacana que acabei roubando ele para este texto. Gosto de coisas óbvias e bem humoradas embora (continua)
Quase sempre o que eu escrevo seja obscuro e pessimista. Um cara que consegue fazer boas coisas teen, leves e otimistas sem ser um completo idiota é o Jorge Furtado que, entre outras coisas, fez um filme tribacana chamado Uma Vez Dois Verões. Trilha sonora da melhor banda do mundo fazendo cover do Walter Franco:
Tudo é uma questão de manter
A mente quieta
A espinha ereta
E o coração tranquilo.
A melhor banda do mundo pode não ser a mesma para mim e para você, mas com certeza é a mesma para mim e para a Érika Machado. Não vou contar, vai por dedução. Voltando ao Jorge, os filmes dele são bons porque tem gosto de flerte e sexo na adolescência, crimes cômicos e ultrainteligência. Também são um pouco frios e desencantados como os alemães, mas bem menos blasé e mais, digamos, dinâmicos. Afinal Porto Alegre é no Rio Grande do Sul e este, dizem, é no braZil.
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